sábado, 28 de maio de 2011

FC ST. PAULI



FC St. Pauli


Camisa comemorativa ao centanário do clube.











O Clube
O Fußball-Club Sankt Pauli von 1910 é um clube de futebol alemão que fica na cidade de Hamburgo, num bairro portuário (também conhecido como bairro da luz vermelha) ao norte da cidade e de mesmo nome do clube, StPauli.
A história do FC St. Pauli começou em 1899, quando um grupo de fãs de futebol se reuniu para criar a equipe. O encontro ocorreu durante uma noite nebulosa no pub August Tenne e foi comandado por Frank Reese, da associação de esportes e lazer da cidade. Mas foi somente em 1907 que o time jogou sua primeira partida, contra uma equipe do clube de natação Aegir. StPauli foi oficialmente fundado em 15 de maio de 1910 e passou a usar as mesmas cores que mantém até hoje: marrom e branco. Cerca de dez anos depois, o clube participou pela primeira vez da primeira divisão e foi logo rebaixado.
O estádio do clube foi completamente destruído na 2º guerra mundial, o que fez com que o clube jogasse suas partidas como mandante em campos neutros ou dos adversários. No primeiro ano após a guerra, membros do St. Pauli construíram um novo estádio no Heiligengeistfeld, bem em frente ao velho corpo de bombeiros, o qual foi inaugurado em 17 de novembro de 1946 em um jogo contra o FC Schalke 04.
O estádio construído pelo clube em 1946 teve de dar lugar ao Festival Internacional de Jardinagem depois de somente 14 anos, levando à construção do atual estádio (o Millerntor) em 1960. O St. Pauli teve de esperar até a segunda metade da temporada 1961/62 para poder mandar seus jogos no novo estádio.
Durante sua história o clube sempre teve altos e baixos, nunca conseguiu se manter por constantes anos na primeira divisão, sempre flutuando de divisões, jogando até a liga amadora.
No final de 2001-02, a equipe sofreu uma humilhante queda para a terceira divisão da Alemanha. Com o clube à beira da ruína financeira, foram os extraordinários torcedores novamente que realizaram uma “campanha de resgate” para levantar os recursos necessários em poucas semanas, chamada de “Campanha Salvadora”, que incluiu a confecção e venda de camisetas com estampas e slogans, apelando para a salvação do clube. Assim elas ficaram conhecidas como Rettershirts, ou seja: camisetas salvadoras. Entre as ações dos fãs, ficou a inesquecível ação na Reeperbahn, onde valia o lema “beber por St. Pauli”. Até mesmo pedaços de gramado do estádio eram vendidos simbolicamente para reverter os lucros ao clube e sanear suas dívidas. O apoio do Bayern de Munique e de numerosas celebridades também reenfatizou a importância do clube no cenário futebolístico nacional.
O clube jogou a temporada 2010/11 na primeira divisão, porém terminando em último lugar no campeonato.





A torcida
No final dos anos 70 os neonazistas, de forma similar a outros países (especialmente na Inglaterra), começam a se infiltrar nos estádios de futebol de Hamburgo, que até então não tinha nenhum caráter político, tomando em pouco tempo o controle dos estádios graças a sua grande organização. A partir de então eles começam a se situar no "Bloco E" da Curva Norte, por esse motivo muitos torcedores deixam de ir aos estádios. Essas organizações fascistas, que ainda hoje continuam na ativa (como "FAP", "NF" ou o mais velho partido nazista alemão "NDP"), eram capazes de criarem torcidas organizadas de caráter neonazista como os "Borussenfront" em Dormunt ou os "Hertafrösche" em Berlim. Muitos dos importantes líderes destes grupos eram militantes de partidos neonazistas. Suas bandeiras e outros materiais eram dessa mesma influência política, assim como os hinos que cantavam nos estádios. Não tardou para a polícia interceptar, nesse mesmo ano, uma circular interna escrita pelo líder nazista Michael Kühnen, na qual dizia que "o futebol devia ser um campo de captação de recrutas para o movimento nazista alemão".
Por outro lado, ao norte da cidade, no bairro de St. Pauli, dar-se início a uma série de acontecimentos significativos para a história do bairro: os "squatters" se multiplicam em muito pouco tempo e as baixas rendas que pagavam pelos tetos fazem com que a maioria dos habitantes da esquerda de Hamburgo se desloque para o bairro de St. Pauli, trazendo consigo, claro, um aumento no número de espectadores do Millentorn que até então não superava os 2000 afiliados.
Por volta de 1985 começa-se a notar esse crescimento na torcida do St. Pauli. Em apenas um ano a equipe começou a dobrar o número de sócios, passando para 4000 afiliados. Já em 1989 começam a se organizar de um modo mais efetivo os primeiros grupos de torcida do St. Pauli. Em 1991 editam um vídeo sobre eles mesmos em sua passagem pela Bundesliga, feito que voltariam a realizar em 1997. Também começam a organizar seu meio de comunicação próprio, o famoso "MillentornRoar!", que atualmente tem uma tiragem de mais de 30000 números, tornando-se assim a revista de torcidas com maior tiragens do mundo.
Pouco a pouco a massa do St. Pauli vai aumentando, chamando a atenção da extrema-direita. Em 1988 após uma disputa entre Alemanha e Holanda em Hamburgo, alguns fascistas decidem, para celebrar a vitória da seleção alemã, acabar com a Haffenstrabe, conjunto de okupas situada em St. Pauli. A resposta do bairro é incrível: avançaram em fúria contra os fascistas, confrontando-se fisicamente com eles; os nazistas sofreram numerosas perdas. Depois deste fato, mais e mais antifascistas uniram-se à torcida do St. Pauli. Porém, neste momento, o verdadeiro motivo de sua organização foi para lutar contra os projetos mesquinhos da diretoria do clube, que queria transformar o St. Pauli em um "time grande" à custa da população. Eles planejaram um mega-projeto esportivo que necessitava, como infra-estrutura, milhões de marcos... um estádio novo, um centro comercial, uma cidade esportiva... Enfim, isto supunha o encarecimento do preço dos tetos, o desalojamento das casas okupas, maior controle policial na zona, aburguesamento do bairro etc., e as torcidas do St. Pauli se organizaram para impedir este projeto. Foram ao estádio e fizeram uma série de manifestações, agitando cartazes e bandeiras. O clube então cedeu e as coisas ficaram como estavam. Era a segunda grande vitória, em tão pouco tempo, ganhada pela torcida do St. Pauli, esse foi o verdadeiro começo do que viria depois: deslocamentos de milhares de torcidas organizadas para ver o St. Pauli jogar por toda a Alemanha, o reconhecimento das torcidas estrangeiras (Celtic Glasgow, Athletic de Bilbao etc.) e a perplexidade dos meios de comunicação pela "estranha" torcida do St. Pauli (comunistas, anarquistas e antifascistas em geral), pelas bandeiras de Che tremulando no Estádio de Millentorn e pelos hinos antifascistas cantados por toda a sua torcida. O movimento contra-cultural também se fez presente: punks e skinheads antifascistas prestaram toda a sua solidariedade ao time do St. Pauli, formando inclusive algumas torcidas organizadas.
No início dos anos 90 torcedores antifascistas começaram a se organizar em torno do St. Pauli, surgindo assim o primeiro deles: o "St. PauliFans". Nesse mesmo ano, surgiu também o "St. Paulianer", que era uma torcida organizada que agrupava todo o tipo de juventude antifascista, contendo em suas fileiras um grande número de skinheads libertários, Redskins e SHARP. Sobre esta torcida ocorreu um fato curioso no final dos anos 90, quando os torcedores do "St. Paulianer" foram a Nuremberg, assistir à partida de seu time, se confrontaram fisicamente com os fascistas. A imprensa e as pessoas leigas ficaram completamente surpreendidas ao ver uma "encarniçada briga de rua entre skinheads de esquerda contra skinheads de direita". Existia também uma outra torcida denominada "BAFF" (BündnisAntifaschistischerFusballFans). Entretanto, como já dissemos, o St. Pauli também contava com um grupo de torcedores fascistas que faziam manifestações políticas dentro do Estádio de Millentorn. Em todos os campos que iam, os neonazistas se mobilizavam para enfrentar os torcedores do St. Pauli. Mas a união entre as torcidas antifascistas do St. Pauli resultou na vitória final contra o eixo nazista. As brigas foram continuas e selvagens, mas no final de tudo as torcidas organizadas do St. Pauli limparam seu estádio da sujeira nazi-fascista, os expulsaram na base da violência (a única linguagem que os fachos conhecem). Também são famosos seus confrontos com os fascistas de Hamburgo, Berlim e Borussia Dortmund. Seu reflexo em outras torcidas alemãs é incrível, seguiram seus exemplos outras torcidas como as do Schalke 04, Kaiserlauntern e Mainz.
Enfim, a ideologia do St. Pauli, tanto dos torcedores como da própria equipe, é o antifascismo. Foram os primeiros a organizar partidas contra o racismo, convidando imigrantes a participar. Até pouco tempo, a torcida e a equipe protestaram contra a guerra dos EUA no Iraque, levantando faixas com os dizeres: "FUCK THE WAR!". Atualmente, o St. Pauli conta com dezenas de grupos organizados que animam regularmente a equipe (todos eles antifascistas, claro!) distribuídos entre a Curva Norte e a "Gegengerade", que é a parte do estádio situada em frente à tribuna central. Todos eles animam de pé os 90 minutos da partida. Seu lugar de encontro é o “Fanlanden”, uma espécie de lugar clandestino onde se reúnem todas as torcidas do St. Pauli, e onde se distribuem material do grupo e da equipe, elaboram a fanzine, reúnem bandeiras, discutem futebol e política e, naturalmente, tomam algumas cervejas. Também tem um programa de rádio próprio onde retransmitem diretamente todas as partidas que o St. Pauli joga fora de casa.




Outras curiosidades
- As mudanças do bairro, com o agrupamento cada vez maior de estudantes, punks e artistas, acabaram formando uma legião de fans alternativos nos meados da década de 80. Pela primeira vez uma bandeira com uma caveira foi hasteada no Millerntor, refletindo o jeito rebelde e lutador do clube e dos fãs, e que desde então é símbolo do FC St. Pauli.
- Foi o primeiro a banir tendências de direita radical (neonazistas) de seu estádio, um exemplo seguido até hoje por vários outros clubes.
- Muitos dos fãs também se organizam em grupos de luta por direitos do torcedores e contra a mercantilização do futebol. Na segunda divisão, aconteceram partidas nas segunda-feiras, o que a torcida considerou injusto, pois muitos trabalhadores não puderam comparecer. Em protesto, a torcida passou os primeiros 20 minutos de uma partida entoando músicas contra as emissoras de televisão. Dentro e fora do estádio, abundam cartazes de conotação política.
- Em 2005 o clube teve uma de suas temporadas mais especiais, senão a mais. Foi nela que o time fez sua pré-temporada em Cuba, afinal time de esquerda é time de esquerda. Os jogadores ficaram surpresos com a pouca qualidade da água e resolveram iniciar uma campanha de doações para os cubanos. "Viva com água de Sankt Pauli". Reza a lenda que agora a campanha já irá ser direcionada para a África.
-o St. Pauli teve um jogador especial relacionado para enfrentar o Hannover 96, no fim de fevereiro. HaukeBrückner, assessor de imprensa do clube, ficou no banco de reservas. O jornalista, de 30 anos, já havia defendido o time em dez partidas na temporada 2002/03, quando o St. Pauli estava na segunda divisão alemã.
-Corny Littman presidiu o St. Pauli entre 2002 e 2010. Diretor teatral, ele é declaradamente homossexual, o que ilustra um ponto forte do clube: seu caráter contrário a qualquer forma de discriminação. Os torcedores da equipe abominam todo tipo de racismo, sexismo, xenofobia e homofobia. Outro exemplo deste comportamento foi a remoção de um anúncio de uma revista masculina do estádio, pois foi considerado ofensivo às mulheres.
-A sede do St. Pauli se localiza na região de Reeperbahn, área da cidade de Hamburgo na qual se localizam boates e casas de prostituição. O clube não poderia perder a oportunidade para faturar em cima disso. A diretoria fechou um contrato com a Orion, uma das lojas de artigos eróticos mais conhecida do mundo. Para comemorar o retorno do time à primeira divisão, o sex shop fabricou 20 mil camisinhas com o escudo do St. Pauli.
-Os torcedores do St. Pauli fazem questão de exibir sua posição política, alinhada à esquerda. Estima-se que o clube tenha cerca de 11 milhões de sócios na Alemanha. A fama da equipe de Hamburgo se espalhou pelo mundo: hoje, há em torno de 500 fãs clubes do St. Pauli fora do país. A paixão da torcida também se mede no estádio. Quando o St. Pauli estava na terceira divisão, o clube tinha uma média de 15 mil torcedores por partida como mandante - contra 200 da média geral do torneio.
-Não seria um exagero dizer que o St. Pauli joga por música. Quando o time entra em campo no estádio Millerntor, nada de hinos; pelos alto-falantes, ouve-se Hells Bells, do AC/DC. Se a equipe da casa faz um gol, a música Song#2, do Blur, anima a torcida. A ligação do clube de Hamburgo com a música vai além. Diversas bandas se mostraram simpatizantes do St. Pauli, como BadReligion, AsianDub Foundation e Turbonegro, e até compuseram canções sobre a equipe. E em 2000 a famosa banda americana BadReligion jogou uma partida beneficente contra o terceiro time da casa e Andrew Eldritch, do SistersofMercy, durante a turnê de sua banda em 2006, tocou com a camisa da torcida.
- É rotina os atletas comemorarem as vitórias junto com seus torcedores, que viajam pela Alemanha, acompanhando seu time. Cenas de atletas usando megafones para comemorar com a torcida, dando autógrafos aos torcedores após os jogos (ainda dentro do estádio), usando adereços entregues pelos torcedores e até prestigiando shows musicais promovidos pelos fãs é cena típica em St. Pauli.




Fonte



quinta-feira, 26 de maio de 2011

Meu Manto


Meu Manto


Blog com o propósito de divulgar camisas de futebol, falando um pouco da história de cada clube.